O que mais me impressionou na maior feira de tecnologia do mundo
Por ser colunista jurídico do Canaltech desde 2012, estou tendo a oportunidade de acompanhar a CES – Consumer Electronics Show, a maior feira de tecnologia do mundo. Este evento ocorre em Las Vegas, de 07 a 10 de janeiro, na sua 58ª edição, reunindo profissionais da indústria, jornalistas, analistas de mercado e influenciadores digitais da área tech.
Os números da CES são impressionantes:
- cerca de 4.500 empresas de mais de 160 países;
- aproximadamente 1.400 startups;
- 323 empresas listadas na Fortune 500;
- estimativa de 138.000 participantes;
- área de exposição de 250.000 metros quadrados (equivalente a 35 campos de futebol).
Entre as inovações apresentadas, destacam-se:
- protótipos de carros voadores e scooters voadoras;
- veículos elétricos com direção totalmente autônoma;
- robôs dotados de inteligência artificial quântica, capazes não só de executar, como também de aprender diversas tarefas;
- as melhorias que a IA (inteligência artificial), juntamente com a Realidade Aumentada (AR) e a Realidade Virtual (VR) irão nos proporcionar em breve;
- inúmeras soluções para a área de saúde e bem-estar, a exemplo dos óculos inteligentes que a partir de aplicativos reproduzem nas suas lentes as correções constantes das receitas prescritas por oftalmologistas e dos equipamentos que ajudam idosos e/ou pessoas com deficiência a melhorar seu caminhar;
- TVs que nos dão a impressão de que estamos imersos nos ambientes por elas reproduzidos.
Também merecem o meu relato:
- a impactante apresentação da Delta Airlines, que através do seu CEO fez uma retrospectiva da atuação da companhia aérea nos últimos 100 anos, apresentando o que podemos esperar para tornar nossa experiência a bordo ainda melhor;
- o show do premiado Lenny Kravitz na Sphere, maior estrutura esférica do mundo, capacidade para cerca de 18.000 pessoas, com uma tela de LED de mais de 50.000 metros quadrados, resolução de 16K e sistema de som com 160.000 (cento e sessenta mil) alto-falantes;
Contudo, o que mais me impressionou foi algo inesperado: a valorização do ser humano e das relações humanas! Ficou evidente que, apesar dos avanços tecnológicos, o foco principal das empresas continua sendo as pessoas, bem como aprimorar suas experiências e as relações interpessoais.
A relevância da CES para o Direito
Embora não seja um evento voltado para o Direito, a CES tem grande importância para a área jurídica. As inovações tecnológicas apresentadas geram impacto significativo no setor, especialmente em se tratando de inteligência artificial, blockchain, proteção de dados, propriedade intelectual e segurança cibernética. Acompanhar uma feira dessa magnitude permite compreender não apenas as tendências tecnológicas, mas também os desafios e as oportunidades legais decorrentes das transformações em curso.
A CES faz lembrar que, mesmo em um mundo cada vez mais digital, o elemento humano continua sendo fundamental. Não por acaso, logo ao ingressarmos nas salas de imprensa nos dois “media days” (dias para a imprensa) que antecederam a abertura da feira fomos presenteados com bloquinhos de anotação e canetas. Prova inequívoca de que não devemos temer a tecnologia, mas sim abraçá-la como ferramenta para aprimorar nossas capacidades.
Obrigado por tanto aprendizado, CES!
